Pe. Severino Dalmaso, osj
"Deixem que as crianças venham a mim!" disse Jesus. É nesta linha que o Marello, embora entre as suas diversas atividades pastorais, age e caminha apaixonadamente. Dedica muita parte do seu precioso tempo, doa o seu coração paterno e as suas mais preocupantes atenções para a juventude. Podemos dizer que ele teve uma verdadeira predileção para os jovens.
Notamos nele a presença de algumas idéias que, se atuadas, não apenas colocam os problemas da juventude, coisa relativamente fácil, mas propõem uma solução, coisa mais difícil. Precisa lembrar que o Marello na idade de 18-19 anos, atravessou por uma profunda crise de ideais e de fé.
Vivendo, naquela idade, em Turim conheceu desta cidade todo o bem que ela tinha e admirou o Cotollengo, Cafasso, Dom Bosco ..., mas infelizmente conheceu também todo o mal que a capital da Itália oferecia e conheceu "odemônio da concupiscência que sopra no meio da juventude". (Carta 10). E os"perigos de distanciar-se dos ensinamentos da nossa santa religião" (Carta 61), a ponto de levar a um "ceticismo desolador" (Carta 23).
Pois bem, o primeiro pensamento que escreveu em sua carta aos 22 anos, quando o perigo tinha passado e a prova já superada, é justamente este:"Pobre juventude! Como é frágil o naufrágio!" e num outro seu pensamento temos o seguinte: "A juventude é muito abandonada e esquecida; muito deixada sobremodo a própria sorte e ainda muitíssimo caluniada ou, pelo menos duramente julga da em suas leviandades e em sua generosidade mal contida, naquela necessidade de ação mal desenvolvida, de afetos mal orientados, pelos quais, sem culpa totalmente dela se afasta do caminho reto! Pobre juventude! Rezemos particularmente por ela" (Carta 29).
Poderá parecer pouco tudo isto e, talvez, também pouco adequado para os jovens de hoje; contudo é a lei fundamental de toda obra educativa: a lei do amor.
Tem algo a mais no jovem Marello: ele propunha valores e ideais de vida aos jovens como ele. A Carta número 5 escrita aos 22 anos, nos revela isto. Nela está delineado "o apostolado por excelência" que consiste no empenho pela "união dos povos, o princípio de associação, a emancipação dos povos, aunidade das raças, a éqüa distribuição das riquezas, a igualdade dos poderosos e dos fracos diante da lei fundamental do justo e do honesto ... " (Carta 5).
E tudo isto promovendo centros culturais, difundindo livros, organizando"conferências moral- educativas para a juventude", para formar o "Iaicato cristão" e propondo modelos concretos de vida cristã.
Um terceiro elemento que não se pode deixar de mencionar, falando do Marello e os jovens: apontar sobre o empenho pastoral dos próprios jovens, sobre a tenaz vontade deles baseada na força proveniente de Cristo"coeficiente infinito nos nossos corações' (Carta 11).
"Vontade: este o nosso lema; vontade íntegra, firme, eficaz" (Carta 9).
Quando ainda era jovem sacerdote assumiu espontaneamente a tarefa de dar a "Doutrina" às crianças e aos jovens do Orfanato de Asti. Com os jovens a sua intenção era concreta: a sua catequese imediata. Quando era jovem secretário do bispo, nas suas visitas pastorais às paróquias da diocese de Asti, acompanhava Dom Savio, e os jovens o observavam e diziam entre si"Olha que bonita maneira tem aquele padre: parece um São Luiz! Vamos confessar com ele que será bom".
A atenção e a solicitude do Marello pelos jovens se concretizava nas obras, em estar com eles, em falar com eles, e em ser amigos deles.
O Marello, além de educador, foi também formador e mestre de educadores. Compreende-se portanto como os Oblatos de São José tenham dado e continuam dando sempre mais um exemplo sublime e eficaz nas várias atividades educativas.
De fato, entre os fins próprios da sua Congregação, o Marello estabelecia:"particularmente os Oblatos de São José se apliquem à educação moral ereligiosa dos jovens nas várias atividades sugeridas pelos tempos e pelos lugares". E sobre esta estrada nenhum obstáculo deve barrar os seus Oblatos:"Trabalhemos, trabalhemos para a formação da juventude. Também o pouco éalguma coisa e barrar o mal já é um grande bem".
O bispo Marello estava convencido que o "sacerdote deve ser também esempre um educador". Isto ele ensinava sempre aos seus clérigos e seus Oblatos.
Assim o Marello se coloca no âmbito dos grandes e geniais educadores cristãos.
Tradução Pe. José Antonio Bertolin, osj