São José Marello e as Vocações (Tríduo de São José Marello - 2o. Dia)

D.: Ao tomarmos contato com a vida e a obra de São José Marello podemos perceber uma preocupação toda particular para com todas as vocações. Vocação entendida como apelo que Deus dirige a cada pessoa no íntimo do seu ser para colaborar na obra da criação e salvação de todos os homens.


L1: São José Marello foi um vocacionado. Foi alguém chamado por Deus à vida, à vida cristã e ao sacerdócio. Teve sempre muito cuidado e preocupação com sua própria vocação.


T.: "Quando a meta é fixa abala-se o mundo. Venha o céu abaixo, mas é preciso olhar lá e sempre para lá", escreveu São José Marello.

D.: Do nosso coração brota um hino de louvor a Deus pelo dom da santidade de São José Marello e pelo dom que nos concede de inúmeras vocações ao ministério sacerdotal e à vida consagrada, nas suas diversas formas.


T.: Deus continua a mostrar-se Pai, por meio de homens e mulheres que, impelidos pela força do Espírito Santo, testemunham com a palavra e com as obras, às vezes até com o martírio, a sua dedicação sem reservas ao serviço dos irmãos.


L2.: Deus infundiu abundantemente o Espírito em seus filhos de adoção, manifestando claramente - nas várias formas de vida consagrada - o seu amor de Pai, que quer atingir a humanidade inteira.


T.: É um amor que aguarda com paciência e acolhe com festa quem se afastou, que educa e corrige, que sacia a fome de amor de cada pessoa.


D.: Deus continua a apontar horizontes de vida eterna que abrem o coração à esperança, mesmo em meio às dificuldades, o sofrimento e a morte, especialmente mediante os que deixam tudo para seguir a Cristo, dedicando-se inteiramente à construção do seu Reino.


T.: O Pai chama à vida eterna!


D.: Neste segundo dia do nosso tríduo, queremos meditar a oração do Pai Nosso e pedir ao Pai pela intercessão de São José Marello o surgimento de muitas e santas vocações para a Igreja e para a Congregação dos Oblatos de São José.


T.: "Pai nosso, que estais nos céus"


D.: Invocar Deus como Pai significa reconhecer em seu amor a fonte da vida. No Pai celeste, a pessoa é chamada a ser seu filho e sua filha, descobrindo que foi escolhido antes da criação do mundo, para ser santo e imaculado diante dele, na caridade.


L3.: O Concílio Vaticano II recorda que Cristo, justamente ao revelar o mistério do Pai e do seu amor, revela também plenamente a pessoa à própria pessoa, fazendo-lhe conhecer a sua vocação (Gaudium et spes, 22).


L4.: Para a pessoa humana, a fidelidade a Deus é garantia de fidelidade ao próprio ser e, dessa forma, de plena realização do próprio projeto de vida.



T.: Toda vocação tem sua raiz no Batismo. É necessário que se tenha um cuidado todo especial aos iniciantes na redescoberta do Batismo e na criação de um relacionamento filial com Deus.


D.: A vocação a ser "santos, como ele é santo", conforme escreve São Lucas, em seu evangelho (11,44), se realiza quando se reconhece e se dá a Deus o lugar que lhe compete. No nosso tempo, secularizado e, apesar disso, fascinado pela busca do sagrado, precisamos de modo particular de santos que, vivendo intensamente o primado de Deus na sua existência, tornem perceptível a sua presença amorosa e providente.


T.: A santidade é um dom que deve ser implorado incessantemente e constitui a resposta mais preciosa e eficaz à fome de esperança e de vida do mundo contemporâneo.


L5.: A humanidade precisa de presbíteros santos e de almas consagradas que vivam no dia a dia o dom total de si a Deus e ao próximo.


L6.: A humanidade precisa de pais e de mães capazes de testemunhar entre as paredes domésticas a graça do sacramento do matrimônio, despertando naqueles dos quais se aproximam, o desejo de realizar o projeto do Criador sobre a família.


L7.: A humanidade precisa de jovens que tenham feito a descoberta pessoal de Cristo e se sentiram fascinados a ponto de apaixonar seus companheiros e amigos pela causa do Evangelho.


T.: Enviai, Senhor, apóstolos santos à vossa Igreja.


D.: A santidade lembra o Reino de Deus que Jesus representou simbolicamente no grande e festivo banquete proposto a todos, mas destinado apenas a quem aceita vestir a roupa nupcial da graça. A invocação "venha o vosso Reino" desperta para a conversão e lembra que a jornada terrena do homem e da mulher deve ser marcada pela busca incansável do Reino de Deus, antes e acima de qualquer outra coisa.


T.: É um convite a deixar o que não é importante para assumir, generosamente, apesar de toda dificuldade e oposição, os compromissos para os quais o Senhor chama.


L8.: Pedir ao Senhor "venha o vosso Reino" comporta, além disso, escolher a casa do Pai como a própria morada, vivendo e agindo no estilo do Evangelho, e amando no Espírito de Jesus.


T.: Ao mesmo tempo, significa descobrir que o Reino é uma "sementinha" cheia de vida, mas exposta ao risco de ser rejeitada e pisoteada.


L9.: Rezemos para que todos aqueles que são chamados ao sacerdócio ou à vida consagrada possam acolher com generosa disponibilidade a semente da vocação que Deus colocou em seu coração.


T.: Que sejam atraídos ao seguimento de Jesus, com muita convicção, com alegria e liberdade, tornando-se apóstolos do Reino.


D.: Jesus disse: "Meu alimento é fazer a vontade daquele que me enviou, e realizar a sua obra" (Jo 4,34). Com essas palavras, ele revela que o projeto pessoal da existência está inscrito num providencial projeto do Pai.


L1.: Para descobrir o projeto do Pai é necessário abandonar uma interpretação demasiado terrena da vida, e colocar em Deus o fundamento e o sentido da própria existência.


T.: A vocação é, antes de tudo, dom de Deus.


L2.: Não se trata de escolher, mas de ser escolhido. É resposta a um amor que precede e acompanha. Para quem se torna dócil à vontade do Senhor, a vida se torna um bem recebido que tende, por natureza, a se transformar em oferta e dom.


D.: Jesus fez da vontade do Pai o seu alimento cotidiano e convidou os seus a provar daquele pão com o qual é saciada a fome do espírito, o pão da Palavra e da Eucaristia.


L3.: A exemplo de Maria, é preciso aprender a educar o coração para a esperança, abrindo-o ao que parece "impossível", mas que faz exultar de alegria e de gratidão.


L4.: Desse modo, para aqueles que respondem generosamente ao convite do Senhor, os eventos alegres e tristes da existência se tornam argumento de colóquio confiante com o Pai e ocasião de incessante redescoberta da própria identidade de filhos prediletos, chamados a participar, com um papel próprio e específico, da grande obra da salvação do mundo, iniciada por Cristo e agora confiada à sua Igreja.


T.: Enviai, Senhor, apóstolos santos à vossa Igreja.


D.: O perdão e a reconciliação são o grande dom que irrompeu no mundo a partir do momento em que Jesus, enviado pelo Pai, declarou aberto "o ano de graça do Senhor" (Lc 4,19). Ele se fez "amigo dos pecadores" (Mt 11,19), deu a vida "em remissão dos pecados" (Mt 26,28) e, por fim, enviou os discípulos a todos os cantos da terra para anunciar a penitência e o perdão.


T.: Conhecendo a fragilidade humana, Deus nos deixou a via da misericórdia e do perdão, como experiência a ser partilhada: somos perdoados se perdoamos!


D.: A vida cristã é um processo contínuo de liberação do mal e do pecado. Com o sacramento da Reconciliação, a potência de Deus e a sua santidade são comunicadas como energia nova que conduz à liberdade de amar, fazendo triunfar o bem.


T.: Hoje a luta contra o mal é confiada à Igreja e à cada cristão, segundo a vocação, o carisma e o ministério de cada um.


L5.: Um papel fundamental é reservado aos que foram eleitos para o ministério ordenado: bispos, presbíteros e diáconos. Mas um aporte insubstituível e específico é dado também pelos Institutos de Vida Consagrada, cujos membros "tornam visível, na sua consagração e dedicação total, a presença amorosa e salvífica de Cristo, o consagrado do Pai, enviado em missão" (Vita Consecrata, 76).


L6.: Como não sublinhar que a promoção das vocações para o ministério ordenado e para a vida consagrada deve se tornar empenho harmônico de toda a Igreja e de cada cristão? A eles o Senhor ordena:


T.: Enviai, Senhor, apóstolos santos à vossa messe.


D.: Conscientes de nosso compromisso, no empenho de rezar pelas vocações, vamos dirigir nosso apelo ao Pai celeste, doador de todo bem.


L7.: Pai bondoso, em Cristo teu Filho, tu nos revelas o teu amor, nos abraças como filhos teus e nos ofereces a possibilidade de descobrir, na tua vontade, os traços da nossa verdadeira fisionomia.


T.: Pai santo, tu nos chamas a ser santos como tu és santo. Nós te pedimos que nunca deixes faltar à tua Igreja ministros e apóstolos santos que, com a palavra e os sacramentos, abram o caminho para o encontro contigo.


L8.: Pai misericordioso, concede à humanidade transviada homens e mulheres que, com o testemunho de uma vida transfigurada à imagem do teu Filho, caminhem alegremente com todos os outros irmãos e irmãs, rumo à pátria celeste.


T.: Pai nosso, com a voz do teu Santo Espírito, e confiando na materna intercessão de Maria e de São José Marello, nós te invocamos ardentemente: manda à tua Igreja sacerdotes, religiosos e religiosas que sejam testemunhas corajosas da tua infinita bondade. Amém!


Oração final


T.: Ó Deus nosso Pai, que destes a São José Marello a inspiração de imitar São José para melhor conformar a sua vida com a de Jesus Cristo, fazei que, seguindo seus exemplos de mansidão, humildade e incansável espírito apostólico, vivamos com alegria e constância os nossos compromissos cristãos. Por sua intercessão concedei-nos a graça de vivermos com convicção a minha vocação, que, para vossa glória, imploramos confiantes. Por Jesus Cristo, nosso Senhor. Amém!